Futuros moradores do primeiro edifício carbono zero do país visitam Reserva Natural onde emissões serão compensadas

Futuros moradores do primeiro edifício carbono zero do país visitam Reserva Natural onde emissões serão compensadas Área de cinco hectares, localizada em uma das Reservas Naturais da SPVS, no litoral do Paraná, será conservada por meio de parceria inédita entre a instituição e as incorporadoras ALTMA e HIEX  Investidores e futuros moradores do Árten, primeiro edifício residencial carbono zero do Brasil, conheceram, no último fim de semana, a reserva onde serão compensadas 100% das emissões de CO2 da fase de construção do empreendimento. O objetivo da ação foi apresentar a área de cinco hectares “adotada” pelas incorporadoras ALTMA e HIEX, e explicar a metodologia da SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) para mitigação de emissões de gases do efeito estufa por meio da manutenção do estoque de carbono presentes na vegetação nativa. A ONG, parceira do projeto, recebe recursos financeiros de empresas de diferentes setores para aplicar em ações de manejo em prol da proteção e recuperação da floresta, ampliando os estoques de carbono presentes no território da Grande Reserva de Mata Atlântica. Os visitantes fizeram o trajeto de Curitiba ao Litoral do Paraná pela Estrada da Graciosa, para observação do último grande remanescente contínuo do bioma. Depois, seguiram para a imersão na Reserva Natural Guaricica, em Antonina, onde participaram da “Experiência Guaricica”. O grupo assistiu a uma apresentação sobre o tema e fez a trilha pela área sob os cuidados da ONG, em que são mostrados os diferentes estágios da floresta em recuperação. Em parte da trilha, eles viram as áreas antes degradadas, que já serviram para a criação de búfalos, e, de forma gradativa, estão recuperando as características originais, com a reinserção de espécies nativas e um trabalho inteligente de manejo.  Avançando para a floresta conservada, o grupo viu a diferença entre as áreas em processo de regeneração e as de floresta preservada, com árvores maduras, abundância de espécies epífitas (que vivem nas árvores) – como bromélias, orquídeas e cipós – e maior biodiversidade. “Nas áreas degradadas, fazemos o plantio de espécies pioneiras, que são heliófilas, ou seja, gostam de bastante sol, e têm crescimento rápido. Essas árvores começam a fazer o sombreamento necessário para enfraquecer as gramíneas da antiga pastagem, o que permite o espalhamento de sementes e progresso das espécies nativas”, explicou aos visitantes o diretor executivo da SPVS, Clóvis Borges. Para a aposentada Mônica Machado Lima, que comprou o apartamento no Árten para investir, a experiência reforçou a importância da sustentabilidade na escolha do imóvel. “Eu aprendi, na trilha, que não adianta apenas plantar mais árvores e que é preciso, mais do que tudo, preservar as florestas que ainda existem. A gente precisa se preocupar com o meio ambiente e o futuro não só da nossa família, mas da humanidade”, conclui. Segundo o futuro morador João Ramon, que também comprou um apartamento do Árten na planta, o passeio esclareceu como é feita a contrapartida ambiental do impacto da construção de um novo edifício. “Convidar o futuro morador ou investidor para conhecer e entender como isso é feito foi super bacana. A gente ouve falar de compensação de carbono e de sequestro de carbono, mas só agora entendi como isso acontece de verdade e qual o impacto positivo que algo assim tem na natureza”, avalia. Ao término do passeio, os visitantes fizeram o plantio de árvores nativas. De acordo com a responsável pelo projeto Carbono Zero do Árten, Júlia Berticelli Basso, da RAC Engenharia, o objetivo da visita foi tornar a iniciativa tangível para os clientes. “Queremos que haja o envolvimento das pessoas para que o conceito de neutralização das emissões seja entendido e vivenciado na prática. A ideia é que os futuros moradores entendam a importância da escolha deles e saiam mais sensibilizados sobre o impacto das nossas ações e o reflexo delas para a sociedade”, explica.  O Árten é o primeiro empreendimento multiresidencial a zerar as emissões de gases do efeito estufa relacionadas à fase de construção. Ao todo, 2.640 toneladas de CO2 equivalente serão compensadas. O volume foi calculado na Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) do projeto, estudo feito por consultoria internacional especializada, e corresponde às emissões produzidas desde a extração da matéria prima para a obra, passando pelo transporte dos materiais, até os últimos acabamentos instalados e vida útil do edifício. De acordo com o diretor de desenvolvimento imobiliário da ALTMA Incorporadora, engenheiro civil Gabriel Falavina, a opção pela ação voluntária de compensação considerou a qualidade da metodologia da SPVS e o propósito de promover uma ação ambiental genuína e efetiva. “Nossa intenção é oferecer, em todos os nossos projetos, soluções que representem sustentabilidade real. Temos consciência do alto impacto ambiental da construção civil e queremos compensar os danos do setor com o olhar para o futuro do planeta, de forma responsável e autêntica. A experiência do Árten carbono zero pode servir de modelo e inspiração e traduz uma postura que deve ser a de todos, com a urgência da transição para a economia de baixo carbono”, defende. Segundo Clóvis Borges, diretor executivo da SPVS, “a parceria é bastante inovadora, pois a compensação é feita em florestas em pé, mostrando também a importância do desmatamento evitado em áreas de Mata Atlântica”. Para Borges, “a partir desta iniciativa, a incorporadora reforça seus valores e comprova a real preocupação com o impacto de seus empreendimentos. Este é um importante modelo de negócio capaz de sensibilizar seus clientes para uma nova postura ambiental”, comenta. Sobre a SPVS Há quase 40 anos, a Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) realiza ações voltadas à proteção do patrimônio natural no sul do país. É considerada uma das mais representativas organizações especializadas no tema da conservação da biodiversidade, com foco no bioma Mata Atlântica. Além da proteção de áreas, restauração e compensação de emissão de gases de efeito estufa, a SPVS também trabalha com ações de educação ambiental, desenvolvimento de políticas públicas, comunicação, proteção de fauna e desenvolvimento de parcerias para proteção e recuperação da Mata Atlântica. A SPVS

Brasil terá primeiro edificío residencial carbono zero

Brasil terá primeiro empreendimento multirresidencial carbono zero na construção Compensação das emissões do Árten, em construção em Curitiba, será feita a partir de investimento para manutenção de reserva de Mata Atlântica no litoral do Paraná O Brasil terá o primeiro empreendimento multirresidencial do país a zerar as emissões de gases do efeito estufa relacionadas à sua fase de construção. Num momento em que nações do mundo inteiro se mobilizam no combate às mudanças climáticas, as parceiras Altma, HIEX e RAC Engenharia anunciam os resultados dos estudos e o plano para compensar 100% das 2.640 toneladas de CO2 emitidas na obra do Árten, edifício residencial lançado em Curitiba. A mitigação do impacto ambiental será feita por meio de investimentos para a manutenção dos estoques de carbono presentes na Reserva Natural das Águas, de propriedade da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação (SPVS), localizada em Antonina, no Litoral norte do Paraná, onde fica o maior remanescente contínuo do bioma Mata Atlântica, a Grande Reserva Mata Atlântica. O cálculo das emissões produzidas pelo empreendimento foi obtido pela metodologia mais confiável disponível no mundo para medir o footprint, ou seja, o impacto ambiental, de obras da construção civil. Uma consultoria internacional especializada no mercado de edificações e infraestrutura foi contratada para realizar uma Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) do projeto. A partir desse tipo de estudo, é possível definir de forma precisa qual é a melhor estratégia para compensar e equilibrar o nível de emissões de gases. No caso do Árten, as 2,6 mil toneladas de CO2 calculadas pelo estudo correspondem às emissões produzidas desde a extração da matéria prima usada na obra, passando pelo transporte desses materiais, até os últimos acabamentos instalados no edifício. Para alcançar o objetivo, a proposta de compensação prevê a proteção pela empresa de cinco hectares de floresta.  Segundo especialistas, metade das emissões de uma obra costuma ser gerada na fase da construção e a outra metade, ao longo do tempo de uso da edificação. Mas a avaliação do impacto ambiental da primeira ainda é incomum no Brasil. A maioria dos empreendimentos procura compensar o operacional, ou seja, a segunda metade. Dessa forma, o impacto da construção gera um passivo que ninguém assume. O pioneirismo do Árten reside no fato de investir no cálculo das emissões de uma fase da obra que não costuma ser compensada pela indústria da construção civil. Ao realizar essa compensação, por meio de uma ação inovadora em parceria com a SPVS, o projeto promove uma ação ambiental mais relevante e resulta em valor agregado ao imóvel do ponto de vista ambiental e social. A conservação de Florestas Nativas para manutenção dos estoques de carbono também contribui para conservar outros serviços ecossistêmicos prestados por esses ambientes, essenciais a toda sociedade. O diretor de desenvolvimento imobiliário da Altma Incorporadora, engenheiro civil Gabriel Falavina, diz que não só os consumidores têm aderido aos produtos que investem em sustentabilidade, como também os players do setor se inspiram em práticas ambientalmente inovadoras. “Sem dúvida, o sucesso do Árten vai servir como diretriz para muitas outras construtoras e incorporadoras lançarem produtos que também sejam ambientalmente conscientes”, diz Falavina. “O mercado imobiliário tem alto impacto ambiental e, por isso, práticas conscientes de redução e compensação de danos no nosso setor serão fundamentais para o futuro do planeta.” Recomendações Além de calcular a quantidade das emissões da fase de construção, a ACV propõe uma série de medidas que podem ajudar a reduzir ainda mais o impacto ambiental da edificação. Uma delas é optar pela instalação de equipamentos de ar condicionado que utilizem como fluido refrigerante o chamado gás R-32, que é menos agressivo ao meio ambiente do que o R-410, produto mais comum hoje no mercado. Como essa deverá ser uma decisão dos donos do imóvel, a recomendação será incluída no Manual do Proprietário do Árten. A responsável pelo projeto Carbono Zero do Árten na RAC Engenharia, Júlia Berticelli Basso, diz que o estudo e o processo de compensação inauguram uma prática que deve se estender para os novos empreendimentos do Grupo RAC. “Sempre tivemos o olhar voltado para a sustentabilidade, a inovação e o impacto social, o que nos garantiu várias obras certificadas”, diz Basso. “Mas sentíamos necessidade de uma metodologia que nos permitisse quantificar o impacto e indicar de que forma poderíamos atenuá-lo. O projeto Carbono Zero da construção do Árten é o case pioneiro que nos permite aliar práticas inovadoras ao nosso propósito.” Uma vez calculado o volume de gases de efeito estufa que impactam o ambiente, as empresas que contrataram a ACV passaram a procurar alternativas para a realização do plano de compensação. Basso explica que a prioridade era investir em um projeto que ficasse no Paraná, de preferência perto de Curitiba, onde o edifício está sendo construído. Embora a compra de créditos de carbono fosse uma das possibilidades, os parceiros do empreendimento optaram pela metodologia oferecida pela SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental), que trata-se de uma ação voluntária de compensação de emissões via um formato de Pagamento por Serviços Ecossistêmicos, que garante a manutenção de florestas nativas. A organização é reconhecida pelo trabalho de conservação da natureza no estado, por meio da proteção de áreas nativas, ações de educação ambiental e desenvolvimento de modelos para o uso racional dos recursos naturais. O gestor executivo da Hiex Empreendimentos, Lucas Poletto, diz que o projeto Carbono Zero da construção do Árten eleva a preocupação do Grupo RAC com sustentabilidade a um novo patamar. Ele explica que todas as obras da empresa aplicam ações para reduzir o impacto gerado no meio ambiente e na sociedade. “Neste novo empreendimento, resolvemos ir mais longe. Além de agregar valores como a geração de energia limpa e o reuso de águas pluviais, estamos fazendo a compensação de 100% do carbono gerado pela construção do empreendimento”, afirma Poletto. “Com isso esperamos contribuir para o atingimento das metas brasileiras e globais de redução de emissões, ajudando a combater as mudanças climáticas.” Sobre a ACV A Avaliação de